Recordemo-nos de que no encerramento da Loja de Cs. , se perguntou ao S. V. o que descobriram os Irmãos desde a sua situação como Cs. , e lhes foi respondido que haviam encontrado um S...lo s...do no c... do edifício, dedicado a Deus. A consumação do trabalho de C. foi descobrir esse C... ; mas o M. M. tem sua vista sempre fixa ali, por ser o lugar onde ele espera achar a verdade perdida.

    É no c... , dizem agora os oficiais, que esperam encontrar os genuínos s...s de um M. . Isso significa que o M. M. descobrirá em si mesmo esse Eu mais profundo que é a Mônada, além mesmo da tríade superior; que o M. M. descobrirá por fim o supremo segredo da vida, e então descobrirá, por sua própria experiência, a grande verdade de que ele é e sempre tem sido uno com Deus.

    Há algo de vedântico nessa concepção maçônica dos s...s perdidos, porque dizem os vedantinos que sua confusão da vida se perderam os homens em uma, por assim dizer, vasta e terrível selva, e que seu único anelo é sair dela e encontrar a positiva felicidade, que é a genuina natureza de seu verdadeiro e essencial ser.

    O estudo do significado das ferramentas ou instrumentos de trabalho de um M. M. projeta muita luz neste assunto do c... , e portanto trataremos deles aqui em vez de mais adiante.

    Os instrumentos de trabalho do Terceiro Grau são a e..ga , o l...s e o c...o . A e...ga é um instrumento que gira numa baliza central, donde se traça uma linha para assinalar a planta terrena do projetado edifício. Com o l...s o hábil arquiteto delineia o plano do edifício para a instrução e guia dos operários. E o c...o capacita-o determinar exata e precisamente os limites e proporções de suas diversas partes. Assim o prescreve o ritual.

    Mas há ainda um significado mais profundo que este, pois o Arhat* usa tais instrumentos para tornar-se Adepto. Em graus anteriores, a consciência de Arhat teve de ascender do então e... ao c... , isto é, do quadrilátero ao triângulo, da personalidade à individualidade; mas agora tem de ascender do triângulo até o ponto, do Ego até a Mônada, a qual começa já a influir com sua vontade no Ego, como antes o Ego influíra com sua vontade no quaternário.

    A e...ga representa a ação da Mônada, pois gira em torno de um eixo central e emite uma linha de seu próprio corpo ao tecer a tela da vida, como de seu próprio corpo tece a aranha a sua teia. O l...s assinala a senda ou o raio escolhido da Mônada, isto é, a linha de vida e ação que o Arhat deve descobrir e na qual deve especializar-se para progredir rapidamente. E o c...o representa o triângulo, as faculdades do trino espírito que deve empregar em sua obra.

    A conversação entre o V. M. e os V...s prossegue para definir o c...ro como um p... dentro de um c...lo, do qual todas as partes da c...a são equidistantes, de modo que é um p... do qual um M. M. não pode errar. Já tratei desse assunto  no Capítulo 2, mas acrescentarei que há muita distinção entre as coisas do mundo objetivo e as coisas dos mundos subjetivos da vida mais íntima da consciência.

    Todos os objetos materiais estão caracterizados pela limitação de seus contornos definidos; mas a vida interna procede sempre de um centro, de modo que é completamente impossível limitar o amor ou o pensamento, que brotam de um centro irradiando em todas as direções. A circunferência de seu círculo não está em parte alguma, mas o centro está no interior do homem; e quando o homem é plenamente consciente de sua divina natureza, a circunferência continuará não estando em parte alguma, mas o centro estará em todas as partes e nenhum ser ficará excluído de suas simpatias. Isso simboliza a afirmação de que todas as partes da c...a equidistam do c...ro. O M. M. que mantém sua vista fixa naquele c...ro, e age desse p... , não pode errar. É nesse c...ro que o V. M. abre a loja.

    Resta ainda por considarar um ponto da conversação. Dizem os Vs. que sua viagem é do Oriente para o Ocidente. Pode tomar-se essa declaração como símbolo do curso do Sol, que representa a sendo do Iniciado. Aqui vemos de novo o conhecido mito solar. O sol renasce no princípio do ano, na obscuridade do inverno; luta no começo da primavera entre as nuvens, que parecem ameaçar-lhe a vida; no verão chega ao ponto culminate de sua carreira, e dá generosamente algo de sua vida para amadurecer espigas e racimos. Mas agora os inimigos o rodeiam; envolvem -no nas sombras outonais, e finalmente cai ferido ante o assalto do inverno. Contudo, depois de passar por uma simulada morte no Ocidente, descobre o segredo da renovação da vida, volta a sair no Oriente e ascender outra vez ao meio do céu.

    Assim, em sucessivas vidas o M. M. há de lutar contra o mundo e dissipar gradualmente as nuvens de ignorância que se opõem ao desenvolvimento de suas potencialidades, antes que possa alçar-se ao zênite de sua glória, na completação do edifício de seu templo, quando, por fim, se dirige para o Ocidente e descobre o segredo da perfeita imortalidade. Já então não necessita de viajar mais, porque chegou ao centro em que repousa. Tornou-se uma coluna do templo de Deus, e não mais sairá dali.

    Na preparação dessa grandiosa consumação participam ao mesmo tempo Orinete e Ocidente. Ainda que o Oriente tenha sido sempre o lugar de luz, donde irradiou todo conhecimento, quando se perdeu a Palavra sagrada, os homens se encaminharam para o Ocidente com a esperança de a encontrar, e os cavaleiros do Ocidente se uniram aos filósofos do Oriente nessa magna indagação. O Oriente contribui com seus ensinamentos espirituais, mas o Ocidente proporciona a exatidão e precisão que os tornam facilmente assimiláveis, bem como a habilidade que permite aplicá-las no melhoramento do mundo externo.

*O M. M. é simbolicamente o Iniciado do quarto grau, que os budistas chama Arhat.

A Vida Oculta na Maçonaria - C. W. Leadbeater 33º