Highlander – O guerreiro imortal

Highlander, o que vem a ser ou significar este nome ?

Na língua inglesa, higlander é algo ou alguém quem vem ou pertence à highland, que por sua vez significa lugar alto. Não se trata de uma região topográficamente alta, mas sim, de uma região localizada ao norte de seu país.


Seria como dizer que os nascidos no Amapá fossem os Highlanders brasileiros.

No sentido exato da palavra, um highlander é todo o indivíduo que nasceu ou mora na região norte da Escócia, ou região alta, como é chamado por eles.

A região de Highland na Escócia é situada no mapa de lá como que a região norte do Brasil. É uma região que engloba vários estados, ducados e condados escoceses.

Por causa do filme em série "Higlander", famoso nas telas dos cinemas mundiais, este nome chegou a ser considerado apenas mitológico, fazendo com que muita gente achasse que era estória de Hollywood.

Mas uma coisa o filme trouxe de positivo: a propagação da cultura escocesa antiga, apesar de que sem muitas explicações pormenorizadas.

No filme Connor MacLeod (Christopher Lambert) é um guerreiro escocês do século XVI, imortal e, após algum tempo, encontra Juan Ramirez (Sean Connery), imortal como ele. Ramirez o ensina a manejar uma espada, pois a única forma de matar um imortal é cortando sua cabeça. Após alguns séculos, surge um inimigo, imortal como ambos, que pretende decapitar Connor, para se tornar o único imortal da face da Terra.

Muitos anos após ser expulso da vila onde nasceu Connor conhece uma mulher chamada Heather com quem vive até que ela sucumbe à idade e morre. Desolado, ele a enterra e parte para sua jornada solitária através dos séculos.

 

    No Livro dos Espíritos de Allan Kardec, Livro Primeiro, Capítulo 7 – Retorno à vida corporal, Esquecimento do passado, observa-se:

            392. Por que perde o Espírito encarnado a lembrança do seu passado?
                “Não pode o homem, nem deve, saber tudo. Deus assim o quer em Sua sabedoria.
                Sem o véu que lhe oculta certas coisas, ficaria ofuscado, como quem, sem transição, saísse do escuro para o claro.
                Esquecido de seu passado ele é mais ele mesmo. ”

                Trecho após a pergunta 394
                "Nos mundos inferiores, as infelicidades atuais não seriam agravadas pela lembrança de tudo aquilo que se pôde suportar?
                Concluamos, pois, daí que tudo o que Deus fez é perfeito e que não nos toca criticar-Lhe as obras, nem Lhe ensinar como deveria ter regulado o    Universo.
                A lembrança de nossas individualidades anteriores teria inconvenientes muito graves: poderia, em certos casos, nos humilhar excessivamente; em outros, exaltar o nosso orgulho e, por isso mesmo, entravar o nosso arbítrio.

                Deus nos deu, para nos melhorarmos, justo o que nos é necessário e pode nos bastar: a voz da consciência e nossas tendências instintivas, nos tira o que nos poderia prejudicar.
                Acrescentemos, ainda que, se tivéssemos a lembrança de nossos atos pessoais anteriores, teríamos igualmente o dos atos dos outros, e esse conhecimento poderia ter os mais deploráveis efeitos sobre as relações sociais. Não havendo sempre motivos para nos glorificarmos do nosso passado, ele é frequentemente feliz quando um véu seja lançado sobre ele."

            O livro O Espiritismo Aplicado de Eliseu Rigonatti, tópico “Por que esquecer o passado” destaca importantes razões de ordem moral que impossibilitam a recordação do passado, dentre eles:
                “Saudade de entes queridos.
                Nem sempre em nossas reencarnações estamos reunidos a nossos entes queridos do passado. Pode dar-se que reencarnemos em ambiente totalmente estranho, onde iremos conquistar novos amigos, novas afeições, entregando-nos à tarefa de redenção. Então a recordação de nossos entes queridos, dos quais estamos afastados provisoriamente, faria chorar os nossos corações.”

 

Só no século XX, em Nova Iorque Connor volta a se envolver emocionalmente. Ele passa a se relacionar com Brenda, uma legista da polícia que descobriu sua identidade.


            O livro Desobsessão e Apometria de Vitor Ronaldo Costa em sua Terceira Parte traz importante contribuição no estudo dos Desajustes Reencarnatórios:
                Esse assunto se encontra inserido na moderna nosologia dos transtornos espirituais ... .
                Certamente, imensa legião de criaturas portadoras de desajustes reencarnatórios passaria pelo crivo da Medicina clássica e não receberia a orientação devida, por falta de um diagnóstico de certeza firmado em função da realidade reencarnatória.
                Quantas distonias psíquicas, mais ou menos severas, são rotuladas de transtornos disso ou daquilo permanecendo o indivíduo à mercê de uma terapêutica inadequada em decorrência da não-aceitação das vidas sucessivas por parte da ciência.

 

No filme Higlander a reencarnação infelizmente não é considerada. O personagem se lembra de seu passado, das guerras de que participou, das amizades que ficaram para trás e dos relacionamentos vividos. Ele passa por um longo período de isolamento até encontrar a personagem Brenda.
Connor MacLeod posterga inclusive a sua luta com o vilão Kurgan que neste filme é a personificação no mal, alguém com personalidade diabólica.

Kurgan

Em favor de Connor surge Juan Sanchez Villa-Lobos Ramirez que o ensina a viver e a lutar. Ramirez é para Connor um guia.

Ramirez

           

            No Livro dos espíritos de Allan Kardec verificamos a importante pergunta 491:
                491. Qual a missão do Espírito protetor?
                “A de um pai com relação aos filhos; a de guiar o seu protegido pela senda do bem, auxiliá-lo com seus conselhos, consolá-lo nas suas aflições, levantar-lhe o ânimo nas provas da vida.”

 

Ramirez ensina Connor a utilizar a espada.

Ramirez e Connor

            Sobre a espada:
                Mais que nenhuma outra arma, possivelmente seja a espada a que melhor serve para representar a luta que qualquer aspirante ao Conhecimento tem que empreender em um determinado momento de seu processo contra aqueles que constituem seus autênticos inimigos: os que leva em si mesmo.
Dito combate é a "grande guerra Santa" da que fala o profeta Maomé quando em uma de suas sentenças diz: "voltamos da pequena guerra Santa à grande guerra Santa", indicando assim que a primeira não é mais que uma representação exterior ou um símbolo da segunda.
Não terá que esquecer, neste sentido, que a espada é o principal atributo do deus Marte, o númen que infunde o espírito guerreiro no homem, dotando-lhe, ao mesmo tempo, do rigor necessário para que saiba distinguir o engano da verdade e negar a negação.
Neste sentido, todas estas são armas que tradicionalmente se associaram ao raio e à luminosidade fulgurante do relâmpago, ou seja, que têm uma conexão direta com o simbolismo da luz, entendida como uma energia essencialmente fecundante, ao mesmo tempo que destruidora de tudo o que se opõe ao superior, isto é, a escuridão tenebrosa e a ignorância. Com esse espírito combate o herói germânico Sigfried, ou o cavaleiro cristão São Jorge, reflexo humano de São Miguel arcanjo, o chefe das tropas celestes.


O filme Higlander, O Guerreiro Imortal, pode ser compreendido (uma pena não ter considerado os aspectos reencarnatórios), portanto, sobre 3 aspectos:

  1. A estória de um homem que luta com espadas de aço para vencer pessoas más (principalmente o vilão Kurgan);
  2. Ramirez fala que será dado um prêmio ao último que restar. Ele acha que se trata do controle sobre a humanidade. Connor e Ramirez se unem para evitar que o poder caia nas mãos de Kurgan que é um antigo e impiedoso imortal. Trata-se do bem lutando contra o mal para proteger o destino da humanidade e observamos que o bem sempre vence e que o mal não compensa (quem planta o bem colhe o bem, quem planta o mal se ferra no final colhendo o mal que plantou).
  3. O terceiro aspecto é o mais difícil. Trata-se de observarmos Connor como um espírito que caminha na busca de seu aperfeiçoamento. Inicia vivendo em uma rude vila, desprovido de pré-conceitos, mas desprovido também de conhecimentos mais avançados. Como ser imortal que é, vai acumulando conhecimentos. Kurgan surge representando a cobiça, o poder, a força e a influência do passado animalizado. Ramirez é o guia espiritual (ou anjo protetor) na vida de Connor dando-lhe conselhos e guiando-o no caminho do bem. Ele ensina seu pupilo a manejar corretamente seus desejos, seus pensamentos e suas ações (ensina a manejar a espada). Assim Connor vence seu maior inimigo, o desconhecimento (a ignorância) de sua verdadeira realidade, ganhando o prêmio que resta ao “último imortal” , o completo despertamento consciencial.